Sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky, a Orquestra Petrobras Sinfônica realiza a primeira apresentação aberta ao público, no Brasil, de “Cartas Portuguesas: Monodrama para soprano e orquestra”, de João Guilherme Ripper. O concerto conta com a participação especial das sopranos Carolina Morel, Michele Menezes e Sophia Dornellas, com solo da também soprano Carla Caramujo, […]
Sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky, a Orquestra Petrobras Sinfônica realiza a primeira apresentação aberta ao público, no Brasil, de “Cartas Portuguesas: Monodrama para soprano e orquestra”, de João Guilherme Ripper. O concerto conta com a participação especial das sopranos Carolina Morel, Michele Menezes e Sophia Dornellas, com solo da também soprano Carla Caramujo, portuguesa que vem ao Brasil a convite do Instituto Camões. Na mesma ocasião, a Orquestra executa a “Sinfonia nº 4, em Sol maior”, de Gustav Mahler. O concerto acontece em 28 de outubro (sexta-feira), às 19h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
A ópera “Cartas Portuguesas” conta a história da freira Mariana Alcoforado (1640-1723), que deixou registrada, em cinco cartas, a ardente paixão pelo oficial francês Noël de Chamilly. Suas linhas acabaram publicadas em Paris, no ano de 1669, sem autorização da remetente, sob o título ‘Lettres d’amour d’une religieuse Portugaise écrites au Chevalier de C. – Officier François en Portugal’, uma das mais importantes obras da literatura lusitana. Este será o primeiro concerto aberto ao público no Brasil da obra de João Guilherme Ripper – as produções na Sala São Paulo e Sala Minas, em 2020 e 2021, aconteceram com os teatros fechados durante o período de isolamento social.
Segundo o maestro Isaac Karabtchevsky, o Monodrama de João Guilherme Ripper é um dos mais importantes trabalhos da cena lírica do Brasil. “A obra apresenta a relação conturbada de Mariana Alcoforado com seu amante e mergulha num universo de paixões e amores não correspondidos”, conta. “As similaridades entre o Monodrama e a 4ª Sinfonia de Mahler são a ênfase dada à figura da cantora principal que, na obra de Ripper, evoca amores e traições terrestres, e, na peça de Mahler, as delícias do Paraíso. Ao inserir as duas obras num mesmo programa, com a mesma solista (a soprano portuguesa Carla Caramujo), cria-se um elo profundo e uma relação, ainda que tecnicamente bem diferenciada, entre os dois compositores”, revela o maestro.
O compositor João Guilherme Ripper conta que numa visita feita ao Convento de Nossa Senhora da Conceição, município de Beja, em Portugal, teve a oportunidade de conhecer de perto a história da ilustre moradora. As declarações de amor da freira despertaram nele o desejo de escrever uma ópera, só finalizada alguns anos depois, em 2018, por encomenda da Orquestra Gulbenkian, de Lisboa, onde teve sua estreia mundial. “É uma imensa alegria ter ‘Cartas Portuguesas’ finalmente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o querido maestro Isaac Karabtchevsky regendo a Orquestra Petrobras Sinfônica e a soprano Carla Caramujo no papel de Mariana Alcoforado”, comemora Ripper.
Mestre pelas Guildhall School of Music and Drama, de Londres, e dona de uma das mais belas vozes de sua geração, a soprano Carla Caramujo também estará no palco, ao lado da Orquestra Petrobras Sinfônica, na “Sinfonia nº 4”. “É uma grande honra estar com a Orquestra e o maestro Isaac em obras pelas quais tenho especial carinho. A Sinfonia Nº 4 de Mahler é uma das minhas composições favoritas e uma grande fonte de inspiração. ‘Cartas Portuguesas’ me emociona muito, não apenas pela escrita belíssima do autor, mas pela complexidade da personagem, a freira Mariana Alcoforado, autora de algumas das cartas de amor mais famosas da literatura europeia”, conta a solista.
O compositor Gustav Mahler levou um ano para compor sua “Sinfonia nº 4”. Começou durante as férias de verão de 1899, finalizando a obra, escrita para soprano e orquestra, apenas no verão seguinte. “Sempre adorei reger Mahler. Nele estão presentes sua universalidade e a procura de uma linguagem que incluía todo o espectro de forma e angústias do romantismo tardio. Sempre vi em suas obras o caráter premonitório da I e II Guerras, que dividiram o mundo e trouxeram à tona tanto desespero. A ‘4ª Sinfonia’ precede a obscuridade, tão evidente na ‘9ª Sinfonia’, por exemplo, e nos remete a um plano acústico e sensorial onde estão presentes o otimismo e a esperança. Será uma oportunidade formidável para todos os ouvintes descobrirem duas linguagens que, apesar de separadas por diferentes visões harmônicas, se fundem no propósito de elevar a voz humana a um patamar místico”, descreve o maestro.
Serviço:
Orquestra Petrobras Sinfônica
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, S/N – Centro)
Data: 28 de outubro, sexta-feira, 19h
Programa:
Orquestra Petrobras Sinfônica
Isaac Karabtchevsky, regente
Carla Caramujo, solista
Carolina Morel, soprano
Michele Menezes, soprano
Sophia Dornellas, soprano
JOÃO GUILHERME RIPPER
Cartas portuguesas: Monodrama para soprano e orquestra (Formato concerto)
GUSTAV MAHLER
Sinfonia nº 4, em Sol maior
I. Bedächtig, nicht eilen
II. In gemächlicher Bewegung, ohne Hast
III. Ruhevoll, poco adagio
IV. Wir genissen die Himmlischen Freuden. Sehr behaglich
Sobre a Orquestra Petrobras Sinfônica
Aos 47 anos, a Orquestra Petrobras Sinfônica se consolida como uma das mais conceituadas do país e ocupa um lugar de prestígio entre os maiores conjuntos musicais da América Latina. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita fluentemente por distintos estilos e linguagens. Tem como Diretor Artístico e Maestro Titular Isaac Karabtchevsky, o mais respeitado regente brasileiro e um nome consagrado no panorama internacional.
Site: https://petrobrasinfonica.com.br
Facebook: @PetrobrasSinfonica | Instagram: @petrobras_sinfonica | Youtube: @OPESinfonica
Modelo de gestão
A Orquestra Petrobras Sinfônica possui uma proposta administrativa inovadora, sendo a única orquestra do país gerida por seus próprios músicos.
Sobre a Petrobras
Patrocinadora oficial da Orquestra Petrobras Sinfônica há 35 anos, a Petrobras oferece uma parceria essencial para mantê-la entre os principais conjuntos da América Latina, sempre desenvolvendo um importante trabalho de acesso à música clássica, de formação de jovens talentos egressos de projetos sociais diversos, bem como de formação de plateia. Ao incentivar diversos projetos, a Petrobras coloca em prática a crença de que a cultura é uma importante energia que transforma a sociedade. Por meio do Programa Petrobras Cultural, apoia a cultura brasileira como força transformadora e impulsionadora deste desenvolvimento, nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual e múltiplas expressões.