‘O CÉU DA LÍNGUA’ – De 5 a 8 de fevereiro de 2026 no TMRJ


Dirigido por Luciana Paes, montagem já percorreu 33 cidades brasileiras e portuguesas

Espetáculo é uma comédia sobre a presença quase invisível da poesia no cotidiano

Gregorio Duvivier venceu o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator pelo trabalho


Quem tem medo de poesia? Gregório Duvivier não faz parte deste grupo e, como um apaixonado, faz de tudo para persuadir os outros das qualidades do seu objeto de encanto – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo cômico “O Céu da Língua”, o artista usa o seu discurso sedutor para convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido. 

O espetáculo estreou em Portugal em 2024, chegou do Brasil em fevereiro de 2025, onde cumpriu uma extensa turnê que já acumula mais de 170 mil espectadores em 178 sessões por 33 cidades do Brasil e de Portugal. O trabalho rendeu a Gregorio o troféu de Melhor Ator na última edição do Prêmio Bibi Ferreira.

Para comemorar o sucesso, de 5 a 8 de fevereiro de 2026, ‘O Céu da Língua’ estará de volta ao Rio de Janeiro para sessões especiais no Theatro Municipal.

“A poesia é uma fonte de humor involuntário, motivo de chacota”, reconhece o ator, que cursou a faculdade de Letras na PUC do Rio de Janeiro e publicou três livros sobre o gênero literário. “Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, para isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”.  

A direção é da atriz Luciana Paes, parceira de Gregório nos improvisos do espetáculo Portátil. No palco, com cenografia de Dina Salem Levy, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. O resto é só o comediante e sua lábia desafiadora:

“Acredito que o Gregório tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo”, diz Luciana, uma das fundadoras da celebrada Cia. Hiato, que estreia na função de diretora teatral.   

“O Céu da Língua” não é um recital e tampouco o artista declama Castro Alves, Fernando Pessoa ou Carlos Drummond de Andrade. Por outro lado, garante Luciana, a dramaturgia de Gregório não deixa de ser poética neste “stand-up comedy pegadinha”, como ela bem define. 

“O Gregório simpático e engraçado está no palco ao lado do Gregório intelectual com seu fluxo de pensamento ininterrupto e imagino que, por isso, a plateia deve embarcar na proposta”, aposta a diretora. “Ele, graças aos seus recursos de ator, pega o público distraído e ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado.”

Toda linguagem é um acordo e, se você entende, tudo bem. Gregório, desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa.  Assim o protagonista, por exemplo, brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados.

As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo de afta, íngua, seborreia, ou outras, inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “namorido” ou “almojanta”? Até destas Gregório extrai humor.

Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. É só pensar nas metáforas usadas no cotidiano – “batata da perna”, “céu da boca”, “pisando em ovos”. Nesta hora, usamos a poesia e nem percebemos. Para provar que a poesia é popular, Gregório chama atenção para os grandes letristas da música brasileira, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso, citados em “O Céu da Língua” através das canções “Chão de Estrelas” (1937) e “Livros” (1997). “Os nossos compositores conseguiram realizar o sonho de Oswald de Andrade de levar poesia para as massas”, festeja o ator.

Nesta cumplicidade com a plateia, Gregório mostra gradativamente que a poesia não tem nada de hermética e, claro, homenageia Portugal, o país que emprestou ao Brasil a sua língua para que todos se comunicassem. Além de Fernando Pessoa, o ator evoca o poeta Eugênio de Andrade e lembra de que a origem de “O Céu da Língua” está relacionada ao espetáculo “Um Português e Um Brasileiro Entram no Bar”. O divertido intercâmbio linguístico colocou no mesmo palco Gregório e o humorista luso Ricardo Araújo Pereira em improvisações sobre o idioma que os une.

O CÉU DA LÍNGUA

Texto: Gregorio Duvivier e Luciana Paes
Interpretação: Gregorio Duvivier
Direção: Luciana Paes
Direção musical e execução da trilha: Pedro Aune
Assistente de direção e projeções: Theodora Duvivier

Iluminação: Ana Luzia de Simoni

Cenografia: Dina Salem Levy

Assistente de cenografia: Alice Cruz

Figurinos: Elisa Faulhaber e Brunella Provvidente

Visagismo: Vanessa Andrea

Designer gráfico publicação: Estúdio M-CAU – Maria Cau Levy e Ana David

Identidade visual divulgação: Laercio Lopo

Comunicação: Raquel Murano

Marketing digital: Renato Passos

Assessoria de Comunicação: Pedro Neves

Fotos: Demian Jacob, Priscila Prade, Joana Calejo Pires e Raquel Pelicano

Diretor técnico: Lelê Siqueira

Diretor de palco: Reynaldo Thomaz

Técnico de som: Dugg Mont

Assistente de palco: Daniela Mattos

Gerente de Projetos: Andréia Porto

Assistente de produção: João Byington de Faria

Produção executiva: Lucas Lentini

Direção de produção: Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha

Produção: Pad Rok

SERVIÇO

Theatro Municipal do Rio de Janeiro

De 5 a 8 de fevereiro de 2026

Vendas abertas pela Feverhttps://feverup.com/m/460035

Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 70 minutos