
O Theatro Municipal do Rio de janeiro é uma das principais instituições de cultura do país. Sua história começa em outubro de 1903, quando foi aberta concorrência pública para escolha do projeto arquitetônico a partir do qual se daria início à edificação do prédio. Dois projetos obtiveram o primeiro lugar: os intitulados “Isadora” e “Aquila”. Este último ocultava a autoria de Francisco de Oliveira Passos, filho do prefeito Francisco Pereira Passos, reformador do centro do Rio de Janeiro. O projeto final foi obtido a partir da fusão dos dois projetos premiados.



As obras de construção foram iniciadas em janeiro de 1905 e, em 20 de maio daquele ano, colocada a pedra fundamental do edifício.

Os trabalhos de construção e decoração do Theatro Municipal se estenderam por quatro anos e meio, de janeiro de 1905 a julho de 1909.



De arquitetura eclética, o prédio é composto de três partes principais: a entrada com o foyer, a sala de espetáculos e a caixa cênica.
Na fachada se destacam: a escadaria de acesso, a visão dos dois andares e as três cúpulas da cobertura. Sobre a cúpula do meio, uma águia com 2,80m de comprimento e 6m de envergadura pousa no globo central, coroando o edifício.

A escadaria de acesso, em granito, dá ao edifício uma suntuosidade, reflexo do projeto Isadora. Três portões de bronze protegem as portas principais de madeira, em arco pleno, forma que continua nas janelas no primeiro andar das rotundas.
As 14 colunas principais, em estilo coríntio, são lavradas em mármore Carrara.

No andar superior, vitrais alemães decoram as fachadas central e laterais com as musas protetoras das artes.



Um grupo composto por seis esculturas, de Rodolfo Bernardelli, ornamentam as fachadas central e laterais do edifício: a Poesia e a Música colocadas na parte frontal do edifício; a Dança e o Canto se encontram sobre a entrada da Av. Rio Branco e a Tragédia e a Comédia sobre a Av. 13 de Maio.
A escada principal dá acesso para o pavimento nobre onde se encontram o foyer, os camarotes, as poltronas do balcão nobre e as duas lojas, nas laterais do teatro. Esta famosa escada se abre em dois lances para os lados; é feita em dois tipos de ônix, bronzes dourados e cristais. Para ela se abrem as balaustradas dos pavimentos superiores. Em seu topo há uma estátua de mármore de Jean Antoine Injalbert, representando “A Verdade”.

A Sala de Espetáculos é decorada com pinturas de Eliseu Visconti e tem uma beleza rara, magistral, exibindo musas que adornam o teto e o friso do proscênio.

O pano de boca, outra obra de Eliseu Visconti, foi executado em Paris, entre 1906 e 1907, e apresenta as personalidades que contribuíram para a história da civilização através das artes desde a Grécia Antiga.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi inaugurado na noite de 14 de julho de 1909, com a apresentação do Hino Nacional, discurso do poeta Olavo Bilac, um concerto com o poema sinfônico Insônia, de Francisco Braga, regido por ele mesmo, e a ópera Condor, de Carlos Gomes. A Companhia Arthur Azevedo encenou a peça “Bonança”, de Coelho Netto, e, encerrando-se a noite, a apresentação da ópera “Moema”, de Delgado de Carvalho.

Até 1930, o Theatro Municipal se apresentou como uma casa de espetáculos, que recebia companhias artísticas, sobretudo estrangeiras,

Em 1913, dando sequência aos trabalhos de decoração interna, Eliseu Visconti foi novamente convidado para compor o teto e as laterais do foyer, executando uma obra monumental.


As rotundas do foyer receberam obras de Rodolfo Amoedo, que concebeu painéis retratando a dança entre os povos antigos, e de Henrique Bernardelli, que pintou as abóbadas com temas voltados à música. O conjunto é uma das belíssimas joias do Municipal, contribuindo para que ele seja o prédio mais importante da Primeira República.

A partir de 1931, o Municipal passou a ter seus próprios corpos artísticos: a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, o Coro e o Ballet do Theatro Municipal. Atualmente, é a única instituição cultural brasileira a manter, em caráter efetivo, estas três categorias.
Os Corpos Artísticos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro são um patrimônio da cultura fluminense, pois se empenham em apresentar ao público espetáculos de qualidade internacional, que emocionam gerações há 111 anos.


